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Resumo

No ano de 2005 conclui a minha pesquisa de Mestrado no Juizado Especial Criminal da comarca de Campos dos Goytacazes, onde trabalhei com processos e procedimentos de mulheres vítimas de violência doméstica intrafamiliar cometida pelo seu companheiro / marido, bem como etinografei audiências composta por estas partes e fiz entrevistas com estas vitimas. Com um olhar voltado para atuação dos conciliadores, pois estes enquanto representantes do Estado e atuantes na primeira etapa do Juizado, ou melhor, eram eles os que primeiro recebiam as vítimas no Judiciário, constatei que aqueles conciliadores conduziam as audiências pautados em valores que primavam pela preservação da “Família” e o objetivo a ser alcançado com aquele discurso, era o massivo arquivamento dos procedimentos para que o Juizado não ficasse assoberbado e, por conseguinte, não deixasse de atender ao principio da celeridade. Os casos de violência narrados em audiência não eram percebidos pelos conciliadores, que na sua maioria eram mulheres, como crimes e sim como um mau momento por que passava o casamento. Com esse comportamento dos conciliadores, o que observamos foi a devolução às vitimas da resolução dos seus conflitos.

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