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Resumo

Com a evolução dos processos industriais e o consequente surgimento de inúmeros produtos que
rapidamente se tornaram de primeira necessidade, a atividade industrial adquiriu um caráter essencial
na atualidade (Gonçalves, et. al., 2002). Embora a sua importância seja indiscutível, a atividade
industrial é responsável por gerar um número bastante elevado de resíduos. Diante deste fato, as
indústrias se tornaram uma grande fonte de geração de resíduos (Ribeiro, et. al., 2014). A utilização
desses resíduos para o desenvolvimento de rochas artificial mostra vantagens na diminuição da
quantidade de resíduos a ser descartada na natureza, além de agregar valor a um resíduo indesejável
(Ribeiro, et. al., 2014). Este trabalho tem como objetivo geral associar o conhecimento da área de
polímeros propondo uma solução para a reciclagem de resíduos gerados na indústria. Visando avaliar
a produção de placas de rocha artificial pelo processo de vibro compressão a vácuo. O domínio da
produção de rocha artificial pode oferecer meios para a redução dos volumes de rejeitos depositados
diariamente, através de seu aproveitamento em produtos de alto valor agregado, além da possibilidade
de inclusão deste novo produto, ambientalmente correto e com boas perspectivas de mercado, nos
catálogos da indústria de rochas ornamentais naturais. Tem por objetivo produzir rocha artificial
utilizando um resíduo em forma de pó, proveniente do precipitador eletrostático da planta de
sinterização de uma indústria siderúrgica integrada o (PE) e da lama de alto forno. Foram utilizadas
formulações com composições variando a relação resíduo/resina na proporção 15 e 20% em massa de
resina epóxi para o PE e 30% para a LAF. O procedimento experimental consistiu na formulação das
composições e preparação dos compósitos pela técnica de vibro compressão à vácuo e determinação
da propriedade física, mecânica e caracterização morfológica. A RAPE produzida com 20% de
polímero apresentou absorção de água e porosidade comparáveis à do material comercial. E a LAF
apresentou valores superiores. Lam dos Santos e colaboradores apresentaram estudo com três rochas
comerciais, valores de aproximadamente 2,40 g/cm3 foram relatados para a densidade, valor similar ao
encontrado para o material comercial avaliado e significativamente inferior ao encontrado para RAPE
(Lam, et. al., 2011). Os valores obtidos no teste de resistência a flexão pela norma UNE-EM 14617-2
das formulações de RAPE (com 15 e 20% em massa de resina), LAF (com 30% em massa de resina),
resina epóxi pura e a pedra comercial Stellar são de 41,70±4,08 MPa para a RAPE 15% e de
51,57±3,21 MPa para a RAPE 20% e LAF 27,32±4,29 MPa, consideravelmente menores que o valor
encontrado para a resina epóxi pura (93,59 + 4,7 MPa), um comportamento também esperado, já que
quando grandes quantidades de pó são adicionadas a polímeros uma redução na resistência a flexão é
observada (Lee, et. al., 2008). Comparando os resultados obtidos com os valores reportados na
literatura, podemos observar que valores superiores foram encontrados para as RAPE. Borsellino e
colaboradores apresentam valores de 16,6 MPa para a tensão de ruptura em flexão de rochas artificiais
produzidas com 80% em massa de partículas de um mármore calcítico. O material apresentado pelos
autores foi produzido sem a utilização de vácuo, apresentando grandes vazios (Borsellino, et. al.,
2009). Com relação a pedra comercial STELLAR, foi encontrado valor de 36,61±2,48 MPa, inferior
ao da RAPE 15 e 20% para tensão de ruptura a flexão. A partir das micrografias apresentadas a RAPE
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15% em massa de resina apresenta rugosidade e porosidade, a RAPE 20% em massa de resina, obteve
uma superfície plana associada com uma transferência de carga eficaz justificando o módulo de flexão
mais elevado. A micrografia da LAF apresenta uma superfície lisa, mas observando a micrografia da
fratura nota-se uma elevada porosidade, justificando um módulo de flexão baixo e maior absorção. A
partir dos resultados obtidos podemos concluir que as composições estudadas (RAPE) apresentaram
propriedades físicas similares às relatadas na literatura e resistência à flexão superior, podendo, a
priori ser utilizado em substituição à materiais rochosos. Com relação a LAF, obteve resultados abaixo
da RAPE mas em alguns trabalhos relatados na literatura são similares.
Palavras Chave: rocha artificial, resíduo, revestimento.

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Como Citar
E.A.S., C., V.R., M., V.R., M., D.K.P., M., D.K.P., M., C.M.F., V., & C.M.F., V. (2015). PRODUÇÃO DE ROCHA ARTIFICIAL PELO PROCESSO DE VIBRO COMPRESSÃO A VÁCUO. Exatas & Engenharias, 5(13). https://doi.org/10.25242/885X5132015710