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Resumo

Os nematoides são organismos amplamente distribuídos nos ecossistemas terrestres e aquáticos, possuindo abundante diversidade de espécies parasitas de animais, de plantas, ou simplesmente compondo a biota com consumidores de bactérias e nutrientes no meio onde se encontram. Algumas espécies de nematoides de “vida livre” que não são predadores nem parasitas podem ser facilmente mantidos ou cultivados em laboratório, possibilitando seu uso e manipulação em pesquisa. Comumente, os ensaios toxicológicos são produzidos utilizando-se organismos teste que respondam às alterações impostas ao meio, ou seja, expressam o efeito deletério por compostos químicos sintéticos. Algumas espécies utilizadas podem ser aquáticas ou terrestres, como os microcrustáceos, ouriços do mar, peixes, algas e minhocas, etc. Os nematoides de vida livre, apesar de serem organismos aquáticos vivem intimamente ligados às partículas de solo e, não há, até o momento padrões estabelecidos para que esta espécie seja utilizada em rotinas nos testes ecotoxicológicos, uma vez que possuem características essenciais típicas de bioindicadores, como o ciclo de vida curto e respostas rápidas a mudanças no ambiente. Substâncias de referência para testes toxicológicos devem apresentar meia vida longa e estável, estar disponível na forma pura, apresentar uma boa curva dose-resposta para o organismo, ser constante em solução aquosa e mostrar-se com baixo risco a saúde humana. As mais utilizadas são o Sulfato de Zinco, Sulfato de Cobre, Cloreto de Potássio, Cloreto de Cádmio, Cloreto de Sódio, Dodecil/Lauril Sulfato de Sódio e Dicromato de Potássio. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a mortalidade de nematoides para selecionar compostos químicos a serem padronizados para uso como controle positivo em ensaios toxicológicos utilizando nematoides como organismos alvo. Diluições seriadas entre 0,001 e 10.000 ppm foram testadas utilizando-se Sulfato de Cobre, Sulfato de Zinco, Cloreto de Cobre II, Lauril Sulfato de Sódio e o nematicida Furadan 50 GR®. Os nematoides do gênero Panagrellus sp. foram cultivados em aveia autoclavada e suspensões dos mesmos, após peneiramento, foram colocadas em placas de 36 poços (ELISA), na concentração de 10 a 20 indivíduos/100 ul por poço. Posteriormente, mais 100 ul do composto químico, nas diversas concentrações a serem testadas foram adicionadas ao poço. Os ensaios foram feitos em triplicatas e repetidos três vezes no tempo. Avaliaram-se a sobrevivência dos nematoides contando-se, sob lupa, o número de nematoides mortos após 24, 48 e 72 h. Os dados foram transformados em % e obtiveram-se as curvas dose-resposta das interações. Sulfato de Zinco e Lauril Sulfato de Sódio apresentaram melhores ajustes às curvas (R2 = 96 e 97%) e poderiam ser utilizados nessas análises como compostos positivos para nematoides, uma vez que suas CL50 = 4,9 e 31,5, respectivamente encontram-se compatíveis com àquelas obtidas para outros organismos.

Palavras chave: Ecotoxicologia, Nematoides, Dose resposta

 

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Como Citar
H.S., C., J.R., B., T.G.P., I., V.M., S., M.G.M., F., & V., M.-D. (2015). CURVA DOSE-RESPOSTA DE COMPOSTOS QUÍMICOS EM ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS COM NEMATOIDES. Biológicas & Saúde, 5(18). https://doi.org/10.25242/88685182015772
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