ASPECTOS DA FAUNA DO PARQUE ESTADUAL DA LAGOA DO AÇU

Resumo

A restinga brasileira possui uma avifauna com forte influência de ecossistemas e biomas vizinhos, com baixa riqueza relativa e escassos representantes endêmicos. A falta de conhecimento sobre as aves das restingas, principalmente no norte do estado do Rio de Janeiro, juntamente a um processo de degradação com histórico marcante e crescente é a principal ameaça a este ecossistema e sua fauna. Informações detalhadas sobre a história natural e funções ecológicas das espécies auxiliam as decisões para protegê-las. Nesse sentido, o estudo da biodiversidade de espécies e os registros fotográficos de pássaros que vêm sendo desenvolvidos no Parque Estadual da Lagoa do Açu (PELAG), fornecem as ferramentas adequadas para a disseminação do conhecimento ecológico e conservação. Este estudo foi realizado na restinga do Açu e no Banhado da Boa Vista, pertencentes ao PELAG, localizado no norte do estado do Rio de Janeiro. Ao total, foram estudadas quatro áreas, a saber: marinho costeiro, úmida, aberta e florestal. As fotografias foram obtidas com observações, ao acaso, de indivíduos próximos e dentro das áreas citadas, entre os anos de 2016 a 2018. Para isso, utilizaram-se duas câmeras, sendo uma delas modelo DSH-50 da marca Sony, com distância focal de 5,2 a 75 mm e a outra modelo D-3000 da marca Nikon, com distância focal de 70 a 200 mm. Utilizando-se métodos pouco invasivos na obtenção das imagens e na identificação das espécies da área explorada, foi possível registrar, até o momento, mais de cinquenta e sete diferentes aves presentes na área preservada. Também foram levantados os indivíduos nos catálogos de espécies ocorrentes na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro e aqueles em risco de extinção. Com a realização deste projeto foi possível constatar os diferentes hábitats existentes no local e a sua relação com as atividades humanas ali desenvolvidas, bem como perceber o grau de tolerância de algumas aves a ambientes alterados.