O EFEITO AGUDO DO USO DE PROTETOR BUCAL NÃO IMPACTA NA PERFORMANCE CARDIOPULMONAR E METABÓLICA EM ATLETAS DE FUTEBOL

Resumo

O uso de protetores bucais (PB) na prática de esportes tem sido de enorme importância. Além da proteção orofacial, estudos relatam melhorias na força/potência muscular. Entretanto, resultados são conflitantes na literatura quando utilizam atividades de endurance. Avaliar o efeito agudo do uso do protetor bucal na performance cardiopulmonar e metabólica em atletas de futebol foi o objetivo principal desse trabalho. Foi realizado um estudo randomizado cruzado: sem o uso do protetor bucal (Controle) e com o uso do protetor bucal personalizado (PBP). Foram avaliados 11 atletas de futebol profissional do sexo masculino com idade de 25.81±5.81 anos, estatura 168.09±27.91 cm e massa corporal 76.07±11.18 kg, todos classificados como respiradores nasais. Foi aplicado um teste incremental de velocidade na esteira ergométrica (TCP). Utilizou-se um ventilômetro para monitorar a frequência cardíaca (FC) e volume minuto (VE). Aplicou-se também a escala de percepção subjetiva de esforço (PSE). Foi analisada a concentração de lactato sanguíneo (CLAC) antes (Pré) e imediatamente após (Pós) a realização do TCP. Para avaliar a performance, foi utilizado o tempo máximo de exaustão no teste (TME). Para as análises da FC, VE e PSE, foi utilizada uma curva de monitoramento em % do tempo total efetivo no teste. Observaram-se diferenças significativas intraensaios nos valores de VE entre o ponto de 10% vs. 60% a 100% (p<0.05). Na FC, foram observadas diferenças significativas intraensaios entre o ponto de 10% vs. 20% a 100% (p<0.05). Foram observadas também diferenças significativas no PSE intraensaios entre o ponto de 20% vs. 40% a 100% (p<0.05). Houve um aumento significativo na CLAC nos 2 ensaios experimentais entre os momentos Pré e Pós teste (p<0.05). Entretanto, não houve diferenças significativas entre os ensaios experimentais na curva de monitoramento das variáveis cardiopulmonares e PSE (p>0.05). Não foram observadas diferenças significativas entre os ensaios experimentais na CLAC e no TME (p>0.05). Concluiu-se que o protocolo do teste incremental foi efetivo no aumento das alterações cardiopulmonares e metabólicas, sem que o uso do protetor bucal pudesse impactar nessas variáveis nos atletas respiradores nasais. Os autores do presente trabalho sugerem que esse estudo possa ser realizado com respiradores bucais, uma vez que o mecanismo de reposicionamento da mandíbula provocado pelo uso do protetor pode induzir a abertura das vias aéreas.