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Resumo

As restingas formam um característico complexo vegetacional encontrado em praias, cordões arenosos, dunas e depressões associadas. Nos últimos anos, tem ocorrido grande demanda por mudas de espécies nativas, considerando que estas espécies são fundamentais em plantios visando a restauração florestal. O Porto do Açu, localizado no município de São João da Barra/RJ, abriga um viveiro de mudas de espécies da restinga, as quais são utilizadas para a recomposição vegetal de áreas locais que sofreram ação antrópica. Estas espécies apresentam grande beleza quando bem adaptadas a ambientes mais quentes e rústicos, como aqueles encontrados nesta região. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de cinco espécies de restinga quando plantadas em vasos para fins ornamentais. Foram realizadas visitas ao viveiro de mudas da Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Fazenda Caruara e à restinga da região do Açu, das quais foram selecionadas mudas de Chloroleucon tortum (jacaré), Annona glabra (mololo), Cecropia pachystachya (embaúba), Tocoyena sellowiana (genipabinho-do-brejo) e Jacquinia amillaris (pimenta-da-praia) para o plantio. A adaptação das mudas ocorreu no Espaço Burle Marx do ISECENSA, onde ficaram expostas ao regime de luz natural, turno de rega frequente e adubação de cobertura. Dois transplantios foram realizados, sendo o primeiro para vasos de 10 L e o segundo para vasos de 20 L, aos quatro e dez meses do plantio, respectivamente. No período de um ano, foram avaliados o crescimento e desenvolvimento das plantas, por meio da altura e número de folhas. A partir dos dados obtidos foi possível verificar que Mololo apresentou crescimento em altura maior que o enfolhamento nos meses iniciais e, posteriormente, o número de folhas superou esse crescimento, característica comum de adaptação às condições de vaso. Embaúba, no entanto, mostrou-se sempre maior em altura que a sua produção de folhas, característica típica da espécie. Já para Genipabinho-do-brejo e Pimenta-da-praia, observaram-se maior produção de folhas com relação ao crescimento em altura durante todo o período de cultivo. Os resultados sugerem que as espécies estudadas podem ser indicadas para uso ornamental, garantindo maior visibilidade e popularização das plantas de Restinga. Registra-se exceção para Jacaré que se ramificou muito na horizontal, dificultando seu manejo em vaso, podendo, entretanto, ser indicada para outros tipos de cultivos, como o bonsai.

Palavras-chave

Mata atlântica recomposição vegetal paisagismo.

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Como Citar
Rangel, L. R., Siqueira, A. C. S., Souza, R. L., Ferreira, Y. P. B., Neto, A. F. dos S., Mussi-Dias, V., & Freire, M. das G. M. (2018). CULTIVO DOMÉSTICO DE ESPÉCIES DA RESTINGA DO AÇU: UMA INICIATIVA PARA VALORIZAÇÃO E POPULARIZAÇÃO DESTE ECOSSISTEMA. Biológicas & Saúde, 8(27). https://doi.org/10.25242/886882720181441
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